quinta-feira, 30 de junho de 2011

X - 10ª Jornada de Agroecologia: O papel da Pesquisa na Universidade

Eliane Tomiasi (Geógrafa) e Armenio (Agronômo) - UEL - Seminário


Conferencistas ao final de suas falas e debate.

         Um conceito é a afirmação das identidades.
         A falta de conceitos é a sua negação.
         Não existe nada mais imoral do que o conhecimento pragmático, prático, utilitário, porque é vazio da reflexão, de significado, de sentido.
          O conhecimento é uma característica indissociável do ser humano. 
          O saber se constrói no fazer.
    O senso comum (as experiências ou conhecimento experimental) sistematizado é ciência. 
    "Se a ciência e a aparência coincidissem toda a ciência seria supérflua" (Karl Marx).
     A chamada civilização promoveu a 'separação do inseparável': o ser humano da Natureza. 
      A ciência moderna funda-se em dois princípios básicos: 1) Conhecer é quantificar; 2) Conhecer é reduzir a complexidade dos fenômenos, dividindo-os, classificando-os, para depois estabelecer as relações entre as partes. Suas leis privilegiam o como funciona, em detrimento de qual é o agente ou qual é o fim das coisas. O império da ciência produz conhecimento para a acumulação e a ampliação dos bens, dos recursos, dos lucros...
       O problema não é a técnica ou a tecnologia, mas o que vai se fazer com ela, se atende ou não as necessidades humanas. E a resistência se concentra na diferença. Na homogenização (uniformização) não há conflito.  
      Para quem serve o conhecimento? Para a maioria da população? Então este nos interessa...
       O conhecimento hegemônico tem todos os recursos e apoios necessários para difundir-se, dominar, baseado no modelo de acumulação. A produção do conhecimento se dá em um campo de disputa...   

* * *
      TRANSEXUAL --> Mudança de sexo.
      TRANGENIA --> Não se sabe bem o que é.


       A estrutura das revoluções científicas - Thomaz Kuhn
      1ª Guerra Mundial --> Grande e rápida destruição. Muito custo para reconstruir.
      2ª Guerra Mundial --> Desenvolvimento de técnicas e armas químicas... Finda a guerra as empresas se poem a pesquisar para atender as "pragas" da agricultura. 


        A Primavera SilenciadaRachel Carson
         Na década de 70 começa uma campanha mundial contra os venenos. Há um processo de negação constante da indústria e a continuação de pesquisas... Em meados de 70 se desenvolve a Biologia Molecular. Há a introdução do Bacillus Turingiensis = 'Bt'.  
         Os EUA tem mais presidiários do que agricultores. 
          Busca-se desenvolver uma técnica de introdução na semente de um gene resistente ao glifosato. E é no esgoto da Monsanto que se encontra uma bactéria resistente ao veneno. E como fazer para proibir os agricultores de multiplicar as semente Bt? Foi através da imposição de uma LEGISLAÇÃO a partir dos países periféricos, proibindo os agricultores de fazê-lo...
          Que problemas foram levantados pelo uso de transgênicos? Pois não existe rotulagem pela qual se pudesse fazer controle, pesquisa e estudo. Algumas pesquisas dão conta de que foram encontradas ervas resistentes ao glifosato.

Brasil - CNTBio ---> Transgênicos para quem? 
          As empresas de transgenia trabalham com as perspectivas de simplificação (ao invés do complexo da Biodiversidade), com o esvaziamento do campo, com a uniformização da produção (monocultura), concentração do poder econômico, com a dependência tecnocientífica, em favor dos monopólios/oligopólios.

Perguntamos: mas se um dos argumentos em favor dos transgêncos seria a diminuição do uso dos agrotóxicos (venenos), por que o Brasil, 4º país do mundo em solos agricultáveis, se tornou o maior consumidor de venenos do mundo em pouquíssimos anos?
          A indústria veneneira "científica" impõe a sua ideologia de forma sutil até dominar os chamados mercados. 

Debate
        A ciência é boa se está a serviço da sociedade, dos interesses da maioria, da vida. Ou é péssima se está a serviço dos interesses dos grupos privados. O acerto se dá pela contradição constante do que está posto, do modo como nós somos capazes de ver, de ler, de analisar os conhecimentos científicos propagados. Estamos em territórios de disputa que se relacionam antagonicamente. Os ativistas/cientistas das universidades que se posicionam criticamente, fazem a discussão, levantam o debate e pesquisam, são considerados as "moscas brancas", aqueles que nadam contra a corrente.
          Quem é professor e pesquisador, se não for movidos pela esperança, então tem que mudar de profissão. É o que mercado quer, pois o professor pesquisador sem esperança constrói o "consenso" em massa.

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