quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

PORQUE OPTEI POR MORAR NA FLORESTA


Ainda na minha juventude, quando retornara dos estudos seminarísticos (1981), voltei para a casa do pai e da mãe (tanto em Segredo, atual Foz do Jordão, como aqui em Três Passos, ambos os lugares onde nossa família tinha sitio). No primeiro momento pensava em um projeto de vida contemplativa (monástica), mas eis que seis meses depois (em 1982) eu optara por lecionar, a partir de um convite de uma professora, em Foz do Jordão, quando assumi duas turmas de 4ª série. (Nossa região, naquele tempo, ainda pertencia ao Município de Guarapuava). Assim se passaram 41 anos de magisterio, dentro do processo de Ensino-Estudo-Aprendizagem, passando lecionar para 5ª a 8ª séries (atualmente 9º Ano) e Ensino  Médio. Foi um tempo de muito aprendizado e superação profissional, bem como a busca de fazer do Estudo da História um instrumento de consciência crítica, isto é, não apenas a oferta de um pacote engessado de conhecimentos, mas o desenvolvimento da capacidade de saber o  seu lugar como cidadão/ā dentro do mundo e a possibilidade de agir para a construção de uma sociedade democrática, igualitária, justa e feliz.

No entanto, há cerca de oito anos retornei para o campo, onde passei a residir devido a circunstâncias históricas e familiares que me impulsionaram a tal. Não houve nestes tempos nenhuma depressão ou coisa que o valha. Passara por uma depressão profunda ao início de 1988 (questão pouquíssimo falada então, no caso não diagnosticada, mas entendida como tal anos mais tarde através da análise dos sintomas).

Afinal, foram mais de 40 anos de barulho, burburinho, conversas minhas e de outras pessoas, por vezes construtivas, outras nem tanto. E hoje estou contente por ter a oportunidade de apreciar o canto dos pássaros e os sons de uma infinidade de animais... Tenho imenso prazer em conversar, trocar idéias, experiências, compartilhar o Recanto Lagoa da Colina com sua exuberante Natureza, junto com pessoas amigas observar cada elemento que constituem o Meio Ambiente local, bem como o potencial de estendermos a mão e cooperamos para a sua evolução (quiçá a sua recuperação).

Assim, no momento, (e agora, há uma semana - 12/01/2024, quando fui avisado da Aposentadoria), não tenho a mínima paciência para participar de frivolidades ou de conversas infinitas que não chegam a lugar nenhum, mas poluem os ouvidos, a vida e fazem-na perder qualidade ou sentido. Muito menos encontro espaço em meu ser para discussões baseadas na ignorância, na grosseria, no ódio e similares.

Há pouco refleti e escrevi:

'Minha sensibilidade auditiva e intuitiva

Me faz ouvir as vibrações dos pensamentos 

Os anseios das almas

Os ruídos do silêncio

Os gritos dos espíritos (seres)

E apreciar, ruminar e superar'.