terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A palhaçada do BBB

      Recomeçou o BIG TROTE !!! 29 milhões de ligações do povo brasileiro votando em algum candidato para ser eliminado do Big Brother. Vamos colocar o preço da ligação do 0300 a R$ 0,30. Então, teremos R$ 8.700.000,00. Isso mesmo! Oito milhões e setecentos mil reais que o povo brasileiro gastou só nesse paredão.
Suponhamos que a Rede Globo tenha feito um contrato "fifty to fifty" com a operadora do 0300, ou seja, ela embolsou R$ 4.350.000,00. “Repito, somente em um único paredão...”. (Nota: os impostos são pagos pelas pessoas que ligam) Alguém poderia ficar indignado com a Rede Globo e a operadora de telefonia ao saber que as classes menos letradas e abastadas da sociedade, que ganham mal e trabalham o ano inteiro, ajudam a pagar o prêmio do vencedor e, claro, as contas dessas empresas. Mas o "x" da questão, caro(a), é saber que paga-se para obter um entretenimento vazio, que em nada colabora para a formação e o conhecimento de quem dele desfruta; mostra só a ignorância da população, além da falta de cultura e até vocabulário básico dos participantes e, consequentemente, daqueles que só bebem nessa fonte.
Certa está a Rede Globo. O programa BBB dura cerca de três meses. Ou seja, o sábio público tem ainda várias chances de gastar quanto dinheiro quiser com as votações. Aliás, algo muito natural para quem gasta mais de oito milhões numa só noite! Coisa de país rico como o nosso, claro. Nem o Unicef, quando faz o programa Criança Esperança com um forte cunho social, arrecada tanto dinheiro. Vai ver deveriam bolar um "BBB Unicef". Mas tenho dúvidas se daria audiência. Prova disso é que na Inglaterra pensou-se em fazer um Big Brother só com gente inteligente. O projeto morreu na fase inicial, de testes de audiência. A razão? O nível das conversas diárias foi considerado muito alto, ou seja, o público não se interessaria.
Programas como BBB existem no mundo inteiro, mas explodiram em terras tupiniquins. Um país onde o cidadão vota para eliminar um bobão (ou uma bobona) qualquer, mas não lembra em quem votou na última eleição. Que vota numa legenda política sem jamais ter lido o programa do partido, mas que gasta seu escasso salário num programa que acredita de extrema utilidade para o seu desenvolvimento pessoal e, que não perde um capítulo sequer do BBB para estar bem informado na hora de PAGAR pelo seu voto. Que eleitor é esse? Depois não adianta dizer que político é ladrão, corrupto, safado, etc. Quem os colocou lá? Claro, o mesmo eleitor do BBB. Aí, aguente a vitória de um Severino não sei das quantas para Presidente da Câmara dos Deputados e a cara de pau, digo, a grande ideia dele de colocar em votação um aumento salarial absurdo a ser pago pelo contribuinte. Mas o contribuinte não deve ligar mesmo, ele tem condições financeiras de juntar R$ 8 milhões em uma única noite para se divertir (?!?!), ao invés de comprar um livro de literatura, filosofia ou de qualquer assunto relevante para melhorar a articulação e a autocrítica...
Chega de buscar explicações sociais, coloniais, educacionais. Chega de culpar a elite, os políticos, o Congresso. Olhemos para o nosso próprio umbigo, ou o do Brasil. Chega de procurar desculpas quando a resposta está em nós mesmos. A Rede Globo sabe muito bem disso, os autores das músicas Eguinha Pocotó, O Bonde do Tigrão e assemelhadas sabem muito bem disso; o Gugu e o Faustão também; os gurus e xamãs da autoajuda idem.
Não é maldade nem desabafo, é constatação.
AUTOR DESCONHECIDO (INFELIZMENTE).

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Relacionamento Mães/Pais X Filhos/as




A propósito de filhos/as que ainda habitam de baixo do mesmo teto que sua Mãe e seu Pai (ou ainda de pessoas responsáveis) ou que deles são dependentes, e devido a situações gritantes que encontro aqui acolá, tenho um entendimento bem simples e definido: filhos e filhas devem respeito, consideração, obediência e colaboração com sua casa. Afinal, a Família que os criou, os protege, os cuida e os mantém... não é um hotel ou uma pousada para onde eles podem retornar quando lhes dá na telha e saem quando bem entendem! Bem entendido que não estou referindo-me a Famílias totalmente desestruturadas, que mais fazem mal a filhas/os, do que os ajudam. Neste caso elas precisam de apoio, ajuda externa.

Quanto a filhos e filhas, depois, quando já independentes, andando com suas próprias pernas, donos de seus narizes, com seus próprios recursos... se quiserem fazer do modo que acharem melhor ou pior, então será outro departamento. Obviamente que nenhuma Mãe ou Pai quer ver seus filhos e filhas em má situação..., sofrendo, colhendo os frutos de uma vida totalmente sem compromisso, sem responsabilidade, sem limites, sem bom senso.

Quando refiro-me à Família não faço distinção do seu desenho, como de mães e pais que vivem em seu núcleo original, ou daquelas/es que arrumaram novos/as companheiros/as, ou são de outros formatos mais atuais... A Família é significado de perpetuidade, de doação, amor, desvelo, cuidado, proteção, orientação, manutenção, educação, dentre outros. E ela deve ser honrada ao longo da nossa curta existência! Porque nenhuma Mãe, Pai ou Responsável, merece ver um filho, uma filha na pior, não merecem ficar sofrendo por ver a situação dos seus/suas, não merecem sofrer ingratidão, desrespeito, desconsideração, desamor daqueles e aquelas por quem eles/as tanto se doaram durante os primeiros tempos de sua existência! Evoco aqui o provérbio: "Ninguém é obrigado a semear nada, mas vai colher apenas e tão somente daquilo que tiver semeado!"

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

As opções éticas da vida

Nós, seres humanos, somos seres de liberdade. Como defendia Sartre: "O homem está condenado a ser livre". Aliás, nós somos os únicos seres que podem afirmar a liberdade, porque diferentemente dos demais animais, nós temos consciência, podemos fazer escolhas, tomar decisões, fazer opções. Decorrente destas afirmações, uma coisa que demorei para aprender (apesar da consciência), é que nós não podemos ter tudo o que queremos, apesar de que algumas psicologias ou filosofias baratas afirmam que nós podemos tudo! Pode ser que possamos, mas temos que passar nosso querer pela tríade ética: "Quero? Posso? Devo?"

Viver é fazer escolhas, opções, tomar decisões. Eu, por exemplo, em minha juventude, queria fazer Jornalismo, mas não podia, talvez por limitações de consciência à época. Gostaria de ter feito Agronomia, mas alguns fatores me impediram. Gostaria de ter feito Botânica, mas... me tornei Educador, com formação em Filosofia e História, Especializações em História e Educação do Campo e Cursos de Agroecologia. Resumindo, não realizei aqueles sonhos ou "quereres" anteriores, mas de certo modo, pela minha formação, militância social e pelo Trabalho, atingi as três áreas. E, ao atuar nas múltiplas áreas, me realizo quando posso fazer minhas leituras de Mundo; quando consigo trabalhar na Escola (com o Herbário Vivo - Plantas Medicinais) e na comunidade com a Agroecologia, na orientação das famílias; com os cultivos arbóreos (mudas e bonsais em casa e árvores em geral), com a continuidade da pesquisa e dos estudos. E a Educação corrobora minha realização pessoal.

Assim é a vida. Temos limitações ou por vezes nos impomos... Não conseguimos realizar tudo o que queremos, mas nos aproximamos. Certamente temos muitas outras questões, sonhos, projetos que gostaríamos de realizar, fazer, conquistar. Mas se quero, nem sempre posso ou devo. Se posso, nem sempre devo. Se devo, nem sempre quero ou disponho dos meios para realizá-los! Baseados em Jean Paul Sartre podemos afirmar: Somos o que queremos ser, o que escolhemos ser; e sempre poderemos mudar o que somos. Porém as nossas escolhas têm consequências, decorrências, resultados. Ainda que nada possa impedir a nossa liberdade, sempre teremos que fazer escolhas ou eleições entre uma situação e a outra. E às nossas escolhas correspondem as responsabilidades perante nós mesmos e a humanidade. Porque dado o caráter de irreversibilidade de nossas escolhas, uma vez que elas afetam o mundo, havemos de ter responsabilidade em usá-la de forma correta. Oh, dilema! 

Se as nossas escolhas afetam a vida do outros, ou das outras pessoas, isto significa que precisamos delas para sermos, uma vez que nossas decisões definem a nossa identidade. Nós somos através do outro também. Advém destas afirmações a necessidade de postura (ética) em nossas relações profissionais, na educação, nas amizades, entre companheiras/os conjugais,  de convivência, colaboração, cooperação, dentre outras. Como me disse uma amiga, colega de Trabalho: "Cada um é cada um, faz as suas escolhas e e arcará com as consequências" (RM, 17.02.12). E estas se dão entre os elementos do grupo onde se vive. O que confirma o que escreveu o monge trapista estadunidense Thomas Merton: "Nenhum homem é uma ilha". título de uma de suas obras.

Cartela, falando da Ética e do conhecimento, diz: "Talvez as pessoas que estudaram um pouco de etimologia se lembrem que a palavra ética vem pra nós do grego ethos, mas ethos, em grego, até o século VI a. C., significava morada do humano, no sentido de caráter ou modo de vida habitual, ou seja, o nosso lugar. Ethos é aquilo que nos abriga, aquilo que nos dá identidade, aquilo que nos torna o que somos, porque a sua casa é o modo como você é, onde está a sua marca. Mais tarde, esse termo para designar também o espaço físico foi substituído por oikos. Aliás, o conhecimento mais valorizado na sociedade grega era o que cuidava das regras da casa, para a gente poder viver bem e para deixar a casa em ordem. Como o vocábulo nomos significa “regra” ou “norma”, passou-se a ter a oikos nomos (a economia) como a principal ciência. No entanto, a noção original de ethos não se perdeu, pois os latinos a traduziram pela expressão more, ou mor, que acabou gerando pra nós também uma dupla concepção; uma delas é “morada”, e a outra, que vai ser usada em latim, é o lugar onde você morava, o seu habitus".

Logo, as nossas opções éticas nos impulsionam a pensar, encarar e agir ante o todo, a totalidade de nossos semelhantes, dos seres vivos, no Meio Ambiente, com apreço, com cuidado, sempre nos perguntando: 'Posso, devo, quero?' E, finalmente, nas últimas considerações, gostaria de citar ainda Cartela que afirma: "Ser humano é ser junto, e é em relação a isso que vale pensarmos nossa capacidade de dizer não a tudo que vitima e sermos capazes de proteger o que eleva a Vida". De forma pessoal, mais do que nunca, compreendo hoje que para manter, construir ou reconstruir a minha integridade de ser humano de forma responsável, juntamente com meus pares, preciso reavaliar decisões que já tomei e medir bem aquelas que terei que enfrentar. E o importante é que a minha liberdade nem começa nem termina em relação ao meu semelhante. Se ele é livre então sou livre. Se ele não tem liberdade de viver, comer, trabalhar, descansar, vestir, morar, ser feliz..., na dimensão coletividade, então eu também não sou livre!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Semana Pedagógica CESTAC 2012



"NÓS QUEREMOS UMA ESCOLA INCLUDENTE
EM UMA SOCIEDADE EXCLUDENTE"
(Emerson V. Cartelli, Pedagogo).

É um contra senso pensar a inclusão, se considerarmos que a Escola é reflexo da sociedade circundante, que faz parte dela, e onde mormente é um "salve-se quem puder"!