quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Eleições para Direção do CESTAC e meu posicionamento


Conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é verdadeiro poder. Lao-Tsé


Cotidianamente na Escola estou sendo inquirido por Educandos/as, por Agentes Educacionais e Educadores sobre meu "palpite" na escolha da Direção do CESTAC, para quem eu vou votar, qual é a minha chapa... Na condição de cidadão livre, com direito a falar ou calar, podendo manifestar meu pensamento ou omitir-me em fazê-lo, podendo elogiar, sugerir, criticar... optei por não manifestar minha opinião, minha intenção de voto ou para quem eu decida e/ou venha votar. Não há nada que me obrigue a fazê-lo... Se eu conseguir silenciar, quero meu direito de não dizer a quem votei ou deixei de votar respeitado e poder depois continuar nosso trabalho pedagógico com quem quer que venha ocupar a direção escolar a partir de 2012.  Respeito a visão e a História de cada pessoa, de cada profissional que atua na Educação, que trabalha na Escola ou que estuda, que colocou seu nome à apreciação da coletividade escolar (e neste caso conheço com bastante tranquilidade as duas duplas candidatas) e que manifesta sua intenção de trabalhar no processo Administrativo, Pedagógico, Transformador que constitui a Escola, ainda que por vezes a Escola se constitua em uma "máquina de fazer loucos e alienados". 

Para todos os efeitos quero a liberdade de olhar para os olhos de meus pares, observar o grau de amor que existe nas pessoas, sua postura ética, sua capacidade de doação, de generosidade, de respeito, de tolerância, de simplicidade, de equidade, de consciência... 


Quero ver os Planos de Trabalho... E espero encontrar alternativas, já que vivemos em tempos tão comuns de "papagaios de pirata" que apenas sabem reproduzir os discursos oficiais, sem nem ao menos fazer cócegas na crosta das velhas e estagnadas estruturas educacionais. Tempos de "Il gattopardo", que muda o discurso para fazer de conta que há mudanças, mas continua "tudo como dantes no quartel de Abrantes". Não precisamos de "cães de guarda" do ensino de "antigas lições" que não conseguem dizer mais nada para a hodiernidade.


Nossa Escola lutou por 10 anos para ter a reforma e ampliação. E conseguiu depois que um grupo de Educadores entrou no Ministério Público e pela força foi conseguida tal obra... No bloco novo deveriam vir lecionar os projetistas (Engenheiros do Estado) para avaliarem se conseguiriam desenvolver um bom trabalho pedagógico. Mas este "são outros quinhentos"! 


Agora precisamos desenvolver o Trabalho Pedagógico que supere o anacronismo positivista, que não seja superficial, reprodutivista e utilitarista, como tão comumente se apresenta..., que  pretende apenas adestrar mão de obra eficiente e barata para ser vendida por baixo custo às empresas capitalistas. Precisamos buscar, perseguir e desenvolver um processo pedagógico de Ensino-Estudo_Aprendizagem que seja contextualizado com a realidade complexa de nossos/as Educandos/as; que proporcione a libertação humana baseada na interdependência, com respeito aos demais seres humanos e ao Meio ambiente em geral; que leve em consideração nossos jovens que moram no campo, que se encontram sem perspectivas social, cultural, política, econômica e ambiental, e junto com a Comunidade Escolar pensemos e trabalhemos a Educação do Campo, tendo como princípio pedagógico a Agroecologia, matriz tecnológica e pedagógica para os camponeses e agricultores familiares, a Diversidade, a Soberania e a Segurança Alimentar (em tempos de predomínio dos veneneiros e das constantes contaminações do solo, da água, do ar, dos alimentos e da vida em geral), a Biodiversidade (não apenas exaltada nos livros), a Sustentabilidade (não apenas dos espaços de privilégios para poucos!), tendo como objetivo o fortalecimento da Pequena Propriedade e como estratégia o Desenvolvimento e Emancipação humana. Assim se pode planejar o campo com respeito aos direitos de cidadania e organização e a cidade de forma humanizada. Porque, como afirmava o presidente estadunidense Benjamin Franklin: "Se as cidades forem destruídas e os campos forem conservados, as cidades ressurgirão. Mas, se queimarem os campos e conservarem as cidades, estas não sobreviverão".


Por outro lado, tanto quanto pensamos o respeito à Diversidade, às questões de Gênero, temos que planejar a formação dos filhos e filhas da cidade... Lembrando, antes de tudo, que para que o caos não tome conta da cidade é preciso assegurar vida digna e de qualidade no campo. Caso contrário o campo se esvazia (pelo "êxodo rural") e a cidade fica inchada, cheia de gente sem ter o que fazer, miserável e exposta à marginalidade, vício e violência, e dependente da caridade e/ou das políticas compensatórias.


Me pergunte se isto tudo é tarefa da Educação!? Te respondo que não é só da Educação, mas das Políticas do Campo, da Saúde, da Cultura e do Lazer e das Políticas Públicas em geral, que não podem pensar o campo dissociado da cidade e vice-versa. Por que a cidade teria (como de fato é!) que ser privilegiada e o campo marginalizado pelos poderes públicos? Arrisco um resposta: Para o campo ficar vazio e os grandes proprietários tomarem conta de tudo e ficarem sob a maldição bíblica: "Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra!(Isaías 5.8).

Retornando ao início...: Viva a Democracia! Viva a Cidadania! Viva...


Campo & Cidade
Campo ou Cidade?
Campo na Cidade?
Sem Campo, só Cidade!
...

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