segunda-feira, 2 de maio de 2011

O que representa a morte de Bin Laden


                "A execução de Osama Bin Laden pelas forças ianques no Paquistão, no dia 1º de maio, foi saudada por Barack Obama e o monopólio internacional dos meios de comunicação em um discurso com toda pompa e circunstância na frente da Casa Branca, em Washington.
          No entanto, algumas questões são importantes para a avaliação do episódio. 
Osama: símbolo da resistência árabe
contra os históricos e rotineiros crimes
dos EUA contra a humanidade.
          Primeiro, o atual momento político no USA. Não é segredo para ninguém que a popularidade e apoio de Barack Obama vinham numa descendente acelerada. Devido principalmente aos problemas econômicos do país, relacionados à crise geral do capitalismo, estava sendo cada vez mais difícil a Obama realizar os desígnios dos monopólios ianques, amparado apenas no sorriso cínico e na cara de bom moço. Há muito não se viam tantos protestos populares como os do último período, graças ao descumprimento de promessas de campanha, a péssima condição econômica dos trabalhadores, o desemprego e os cortes de verbas públicas para programas sócias.
           Só um fato extraordinário seria capaz de novamente reunir toda a nação em torno do mandatário e a morte de Bin Laden veio bem a calhar. Segundo as agências picaretas especializadas em popularidade de governantes, Obama subiu 9 pontos na aprovação dos estadunidenses em apenas dois dias depois do assassinato de Bin Laden. Não seria exagero dizer que até a data da ação contra o terrorista foi planejada com extremo rigor.
          A segunda questão diz respeito às circunstâncias do que pode ser chamado de assassinato. Segundo as informações divulgadas, Bin Laden teria sido morto em uma casa no Paquistão, por um comando do exército do USA, que lá chegaram por meio de informação obtida sob tortura em uma de suas prisões secretas. Ora, como AND tem denunciado constantemente, as incursões, bombardeios e, agora, esse ataque ianques em território paquistanês são uma violação de território, além das torturas, o que contraria as disposições do chamado "direito internacional", que só é invocado quando favorece ao imperialismo.
         Osama foi assassinado sumariamente numa operação preparada com antecedência que desde o início tinha como objetivo entrar atirando e tirar a vida do "inimigo nº 1 do USA". Declarações do porta-voz da Casa Branca em 3 de maio confirmam que Bin Laden estava desarmado. Então, por que não prendê-lo? Mais uma violação do "direito internacional" cometida pelos "campeões da democracia".
          Os militares ianques disseram que o corpo de Osama teria sido "jogado ao mar, após uma cerimônia islâmica". Note-se que os muçulmanos não atiram nenhum corpo ao mar, sendo isso contra a lei islâmica. Ademais, a quem interessa desaparecer com o corpo que poderia muito bem servir como um troféu?
          Por último, a morte de Bin Laden está longe de deixar o imperialismo mais forte. Ao contrário, aprofunda ainda mais as contradições, principalmente com os povos agredidos. Prova disso é que imediatamente após o assassinato, o governo ianque ordenou a evacuação de várias equipes diplomáticas, primeiro no Paquistão. Foram redobradas a vigilância e as medidas de segurança sobre os sistemas de transporte público e outros alvos potenciais de "terroristas" nos países ricos. Tudo isso temendo as represálias que devem sobrevir. Ou seja, houve uma elevação do pânico dos imperialistas, porque a tendência é mesmo o agravamento dos conflitos no mundo todo.
           Porém, mais que as represálias de grupos terroristas, a resistência dos povos agredidos do Iraque, Afeganistão, Paquistão, Palestina, Haiti, Líbia, Costa do Marfim e outros é que será responsável pelos mais vigorosos golpes que se abaterão sobre o imperialismo.          A execução de Osama Bin Laden, ainda que surta algum efeito interno no USA, é mais um passo do imperialismo em direção à tumba, onde será enterrado para sempre".
Para ler a 2ª parte deste artigo em A Nova Democracia.

Nenhum comentário: