terça-feira, 20 de maio de 2014

Temos guardado um silencio bastante parecido com a estupidez


Frase inicial do discurso de abertura na conferência de intelectuais no Chile durante o governo de Allende, retirado do livro Veias Abertas da América Latina).

Essa frase proclamada em La Paz no ano de 1809 é citada no início do livro As Veias Abertas da América Latina, um clássico sobre a região escrito pelo uruguaio Eduardo Galeano.
Constatado isso há tanto tempo atrás, cabe a nós uma reflexao: de lá pra cá, o que mudou?

Éramos colônias escravistas subservientes aos colonizadores espanhóis e portugueses. Explorados. Eis que foi abolida a escravidão e nos fizemos independentes. Independentes de quem? Continuamos colonizados pelo ingleses, precursores da Revolução Industrial.
Foram-se décadas e guerras mundiais. Mudou-se apenas o explorador. Viramos quintal da ‘América’. Nós todos, quintal de um só.

O liberalismo entrou em colapso e o comunismo crescia por trás da cortina-de-ferro. As idéias e ideais chegavam até aqui. Mas antes das revoluções, chegaram-nos os golpes.
Por estranha coincidencia (?) toda a América Latina se encontrava ao mesmo tempo sob ditaduras militares de direita, favoráveis aos interesses dos EUA, massacrantes ao nosso povo.

Então veio a dita “democracia”, as aberturas graduais, lentas, seguras. Seguras pra quem?! E aí, supostamente livres, não nos deixaram caminhar. Veio a “democracia do Consenso”, importada de Washington, com grandes déficit a nossa balança social.
Veio o neoliberalismo cínico, proclamador do caminho único, dizendo-se dono da verdade e impondo-se invisivelmente pra nos destruir mais uma vez.

Mas essa é só uma parte dessa história. Em meio a tudo isso existiram Bolívars, Zapatas, Sandinos, Zumbis, Panchos Villas, Che Guevaras, Fidels, Nerudas, Paulos Freires. E diante dos novos desafios temos Evos, Chavez, Marcos. “Somos todos Marcos!”
Boaventura de Souza Santos alertou: “Olhem para o Sul”. Daqui saem experiencias reais de resistencia e de construcao de nosso próprio caminho. Mas pra onde estão virados nossos olhos? Teimosos, perseguem as potências, como um girassol a procurar a luz solar.
Não podemos mais atravessar oceanos em busca de algo que nem procuramos do nosso próprio lado. Qual é nossa história? De que é feita nossa cultura? Comos podemos fazer a NOSSA política? Seria pretensão demais para um mero blogueiro dar todas essas respostas. Mas também seria covardia não tentar.
  Fonte AQUI.

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