Como parte do Pro Jovem Saberes da Terra, o Educador Carlos Alberto Freitas (Especializando em Educação do Campo - UFPR) programou com a Comunidade Escolar do Colégio Estadual da Cachoeira um Seminário de Educação do Campo (EdoC) que tinha por objeto o processo de mudança do referido Colégio para EdoC. Na parte da manhã o seminário destinava-se às/aos Educadoras/es e autoridades municipais (dentre outras, o Alcaide Municipal e a Secretária de Educação, na abertura). Os Vereadores foram os grandes ausentes do processo de discussão. Eleitos pelo voto do Povo, não sabem o que está acontecendo nas esferas populares, organizativas e em setores de tamanha importância, como é a Educação. Este momento culminou com um belo almoço preparado nas dependências do colégio. Continuamos a segunda parte do evento, à tarde, com mães, pais e estudantes.
Neste Seminário estiveram presentes alguns Estudantes da Comunidade da Cacheira que hoje fazem cursos universitários em diversas instituições de ensino superior do PR e outras. Estavam conosco (ou pertencem a esta comunidade) Jacir, Joci (Escola Latinoamericana de Agroecologia - Lapa - PR), Sandra, Nayara (EdoC UNICENTRO - Laranjeiras do Sul - PR) e Emerson, jovem do MPA (cursando Medicina na Venezuela, através de Convênio dos Governos brasileiro e venezuelano). Podemos afirmar que a presença de Anthony, um jovem camponês de um movimento social do Estado de Minnesota, EUA, foi muito bom ao evento. Não que sejamos personalistas ou queiramos massagear egos. É enriquecedor podermos fazer intercâmbio de experiências com camponeses de outros países, ainda mais quando este é do país simbolo do capitalismo e do imperialismo mundial. E saber que lá os camponeses sofrem os mesmos problemas que sofrem os camponeses das "colônias" pelo mundo afora, por conta das políticas do Agronegócio (em inglês 'agribusiness').
No tocante à conferência que proferimos, nos perguntamos que Concepção de Educação e que Concepção de Campo que defendemos? Se se refere à Educação Rural ---> Território do Agronegócio? Ou a Educação do Campo ---> Território da Agricultura Familiar e Camponesa?
A Educação Rural é o Território do Agronegócio e é o Projeto da Morte, baseado no pacotão de tecnologias (importadas) sob controle do capital de seis empresas transnacionais, que degradam o Meio ambiente com seus processos e maquinários, com seus venenos que contaminam o solo, o ar, a água, os alimentos, os seres humanos e toda forma de vida, que ainda exclui e esvazia o campo, pois seu único objetivo é a exploração dos Trabalhadores, o lucro e o campo sem gente! É definida pelas necessidades do Mercado de Trabalho, através de adestramento reprodutivista para criar um "exército de reserva" para estar à disposição das empresas, a fim de trabalharem como empregados assalariados. É pensada a partir do mundo urbano. Retrata o campo a partir do olhar do capital sobre os seus sujeitos de forma estereotipada, inferiorizada e discriminada.
Enquanto que o Território da Educação do Campo é aquele do Projeto da Vida, baseado no respeito aos saberes ancestrais e desenvolvido a partir da Matriz Tecnológica e Pedagógica da Agroecologia, que respeita os seres humanos e toda a forma de vida, está baseada nas práticas saudáveis, na Justiça, na Solidariedade, na cooperação, na terra como espaço de vida e resistência, de produção material e simbólica, das condições e manutenção da existência, de construção de identidades. Construída pelos e com os sujeitos do campo (do e no campo) na perspectiva do Mundo do Trabalho, com possibilidade de Trabalho Autônomo (por conta própria), de Trabalho Associativo e Cooperativo, Trabalho como emprego assalariado (no campo e na cidade). É pensada a partir das especificidades e do contexto do campo e de seus sujeitos. E compreende as relações campo-cidade como interdependentes e complementares. Entende a formação humana como direito dos camponeses.
O Campo da Educação do Campo é o meio de vida dos sujeitos do campo; lugar de lutas e conflitos; com culturas próprias; que coexiste com a cidade. E configura um conceito político ao considerar as particularidades dos sujeitos e não apenas sua localização espacial e geográfica.
Entender o campo como um modo de vida social contribui para auto-afirmar a identidade dos povos do campo, para valorizar o seu Trabalho, a sua História, o seu Jeito de Ser, os seus Conhecimentos, a sua Relação com a Natureza e como Ser da Natureza.
No tocante à conferência que proferimos, nos perguntamos que Concepção de Educação e que Concepção de Campo que defendemos? Se se refere à Educação Rural ---> Território do Agronegócio? Ou a Educação do Campo ---> Território da Agricultura Familiar e Camponesa?
A Educação Rural é o Território do Agronegócio e é o Projeto da Morte, baseado no pacotão de tecnologias (importadas) sob controle do capital de seis empresas transnacionais, que degradam o Meio ambiente com seus processos e maquinários, com seus venenos que contaminam o solo, o ar, a água, os alimentos, os seres humanos e toda forma de vida, que ainda exclui e esvazia o campo, pois seu único objetivo é a exploração dos Trabalhadores, o lucro e o campo sem gente! É definida pelas necessidades do Mercado de Trabalho, através de adestramento reprodutivista para criar um "exército de reserva" para estar à disposição das empresas, a fim de trabalharem como empregados assalariados. É pensada a partir do mundo urbano. Retrata o campo a partir do olhar do capital sobre os seus sujeitos de forma estereotipada, inferiorizada e discriminada.
Enquanto que o Território da Educação do Campo é aquele do Projeto da Vida, baseado no respeito aos saberes ancestrais e desenvolvido a partir da Matriz Tecnológica e Pedagógica da Agroecologia, que respeita os seres humanos e toda a forma de vida, está baseada nas práticas saudáveis, na Justiça, na Solidariedade, na cooperação, na terra como espaço de vida e resistência, de produção material e simbólica, das condições e manutenção da existência, de construção de identidades. Construída pelos e com os sujeitos do campo (do e no campo) na perspectiva do Mundo do Trabalho, com possibilidade de Trabalho Autônomo (por conta própria), de Trabalho Associativo e Cooperativo, Trabalho como emprego assalariado (no campo e na cidade). É pensada a partir das especificidades e do contexto do campo e de seus sujeitos. E compreende as relações campo-cidade como interdependentes e complementares. Entende a formação humana como direito dos camponeses.
O Campo da Educação do Campo é o meio de vida dos sujeitos do campo; lugar de lutas e conflitos; com culturas próprias; que coexiste com a cidade. E configura um conceito político ao considerar as particularidades dos sujeitos e não apenas sua localização espacial e geográfica.
Entender o campo como um modo de vida social contribui para auto-afirmar a identidade dos povos do campo, para valorizar o seu Trabalho, a sua História, o seu Jeito de Ser, os seus Conhecimentos, a sua Relação com a Natureza e como Ser da Natureza.
Francieli (Assist. Social), Vítor (EdoC) e Anthony (camponês dos EUA). |
À direita, Emerson (Jovem Estudante de Medicina na Venezuela). |
Visão geral do Seminário. |
Distribuição de "Sementes: patrimônio dos povos a serviço da humanidade" e que a Monsanto e Cia querem tornar propriedade a serviço do capital. |
Sergio Bucco (eu) proferindo conferência sobre Concepção de EdoC. |
Continuação... |
Educador Vitor de Moraes (Proferindo Conferência sobre EdoC como Política Pública). |
Vitor de Moraes (continuação...). |
"Sementes: patrimônio dos povos a serviço da humanidade" (para serem distribuidas) e que a Monsanto e Cia querem tornar propriedade a serviço do capital. |
1º plano, Enir (Educadora, aposentada) e Samuel (Jovem Educando). |
Educadores e Educandos do Pro Jovem Saberes da Terra (Organizadores do Seminário de EdoC). |
Os mesmos acrescidos de Marciane e eu (conferencistas). |
Diretora Elisângela do Col. Est. da Cachoeira (e filhinha). |
Marciane (EdoC - NRE) proferindo conferência sobre a Legislação que embasa a EdoC. |
Nayara (Acadêmica EdoC - UNICENTRO). |
Jacir (Camponês, Acadêmico de Agroecologia) no comando do computador. |
Uma bebê que participou das discussões... |
Uma das 7 belas Cachoeiras que fazem jus ao nome da Comunidade... |
Ao final deixamos o poema:
Urgência de viver, urgência de ser
(Armando Artur – poeta moçambicano)
É urgente inventar
novos atalhos
acender novos archotes
e descobrir novos horizontes.
É urgente quebrar o silêncio
abrir fendas ao tempo
e, passo a passo habitar outras noites
coalhadas de pirilampos.
É urgente içar
novos versos
escalar novas metáforas
e trazer esperanças
recalcadas pela angústia.
É urgente partir
sem medo
e sem demora
para onde nascem os sonhos
buscar novas artes
de esculpir a vida.
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