Fui um jovem de formação católica. Estive no seminário ("a casa do sêmen", segundo a etimologia defendida por Rubem Alves) até 21 anos de idade. Deixei por opção e "convite" aquele ambiente. Dizia-se que ex-seminaristas costumavam "voltar para o mundo" e o faziam com todas suas forças e energias. Pois bem, estando aqui na região para onde retornei como uma opção de vida e gratidão ao povo (do qual sou integrante) que me apoiou de diversas maneiras, procurei viver uma vida equilibrada, sem perder os rumos e sem ser antissocial.
Comecei a trabalhar na Educação a partir de 1982. Ficava com a família, na qual nasci, ao final do dia e aos fins de semana. Contribui com vários setores da igreja, na condição de Catequista (a convite do Pe. Vieslau Moravski), fui Ministro da Eucaristia, Ministro de Cursos de Batismo e de Casamento, contribui na Homilia (durante os Cultos Dominicais, na perspectiva da Teologia da Libertação) e na Liturgia em geral. Não estou dizendo que foi a melhor coisa que fiz nem a pior. Foi um tempo de muita experiência do qual não posso reclamar. Tive companheiros/as muito honestos/as, bem intencionados/as, que se doavam para ajudar a comunidade, seja através da Escola, seja através da Igreja. E com isto não estou procurando passar a imagem de beato, de santarrão, de perfeito... Oxalá eu fosse perfeitamente correto. Sempre convivi com minhas contradições.
Quanto ao mais, sempre que podia, participava de festinhas de aniversário ou encontros de amigos/as em suas casas, às vezes ia a alguns bailes e/ou festas das comunidades. Tive algumas namoradas. Foi um tempo muito tranquilo, apesar de às vezes estar alimentado por paixões avassaladoras! Por um ou outro motivo terminava os namoros (o que não cabe aqui justificar, apesar de que daria um tratado... hehehehe!!!) e por vezes sofria também. Até que um dia (1985) firmamos namoro eu e aquela que seria minha esposa (e é até hoje, pois ela cresceu junto comigo e teve paciência diante de minhas falhas e limitações). Entretanto tem uma coisa que não fiz, não tinha vontade nem disposição de fazê-lo, que foi tomar uma cerveja que fosse. Para ter coragem, alegria, disposição, me divertir, não precisava me alcoolizar! Iniciava a abertura de uma festinha ou de um baile, dançando, e era um dos últimos (ou o último com minha companheira) que parava para ir para casa descansar.
Agora, tem uma coisa (coisa mesmo!) que me chama a atenção sobremaneira. Vejo jovens (moços e moças, alguns muito adolescentes) que para fazer festa têm que empinar todas! Utilizam-se dos mais variados tipos de bebidas alcoólicas. Para eles ter uma garrafa de cerveja, vodka, whisky ou coquetéis de bebida, na mão, é como se fosse o seu troféu. Passam a impressão de que é como se fosse uma energia sem a qual não seria possível se divertir. A bebida alcoólica parece ser um combustível sem o qual o corpo não funcionaria. Faço estes comentários sem nenhum falso moralismo. Penso que alguma bebida (alcoólica sim) pode ser benéfica à nossa saúde. Mas beber sem nenhum limite, a não ser o chão, é muito triste, porque significa um tremendo desgaste ao nosso corpo, que pode, de forma muito precoce, cobrar um alto preço! Além de colocar a família em alerta, cuidados, preocupações, de causar dependência, podem colocar a própria vida e/ou a vida de outras pessoas em risco de morte, de formas as mais estúpidas possíveis (brigas, batidas, acidentes). Penso que ainda é tempo de avaliarmos a qualidade ou a precariedade do modo como nos divertirmos, o que e o quanto bebemos!
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