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Uma das Escola Rurais que foram fechadas em Candói. |
Um dos motivos que justifica esta temática e respectiva pesquisa é justamente a ausência de investigação sobre o Processo de Nuclearização (PN) em Candói. Apesar de que encontramos duas pesquisadoras com duas pesquisas monográficas que tratam da temática e do processo da Nuclearização no Município de Candói e às quais, no entanto, não tivemos acesso, e que versam sobre o assunto de modo apologético (segundo foi me repassado pelas mesmas), a partir de seus espaços profissionais, diretamente ligados à Secretaria Municipal de Educação e/ou à Administração Municipal. No entanto existe um diferencial entre aquelas pesquisas e a nossa. As primeiras foram realizadas a partir do centro do poder municipal, como defesa do processo em si, sem uma preocupação em pensar ou avaliar outros aspectos. E outra observação pertinente é de que elas olharam pelo viés da escola burguesa, secularmente montada, excludente, preconceituosa, a serviço de dois contextos bem definidos e casados em comunhão de bens: o urbano e o capital. De nossa vez, procuramos investigar e fazer nossa sistematização pelo lugar social e o olhar do campo, de suas riquezas culturais, materiais, políticas e de suas demandas por serem reconhecidas e valorizadas.
A realização desta pesquisa encontra razão de ser na necessidade de se entender todo o Processo de Nuclearização (PN) que houve em Candói (no contexto brasileiro neoliberal dos anos 90), os interesses políticos, a pressão econômica e as decorrências na vida de todos os sujeitos/coletivos envolvidos (educandos e educadores, mães, pais, campo e cidade).
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Outra Escola Rural Municipal que fora fechada por conta da nuclearização. |
De repente, impositivamente, a escola foi fechada e a comunidade não foi consultada. As educadoras foram levadas para núcleos urbanos bem como os/as educandos/as. E as comunidades perderam sua maior referência, quiçá sua identidade. Iniciava-se assim o Processo de Nuclearização no município de Candói.
Até o presente apenas soubemos de manifestações e protestos coletivos ou isolados, mas sempre abafados ou ignorados pelo poder público municipal, gestor do processo em nível local, atendendo à política do Ministério da Educação (MEC), financiada pelo Banco Mundial, com apoio inconteste do então governador do Estado do Paraná, o senhor Jaime Lerner.
Partindo do contexto acima retratado, cabe a pergunta central desta pesquisa: Como ocorreu historicamente o processo de nuclearização de escolas no Município de Candói e quais as suas decorrências comunitárias? (Continua parte 3).
Artigo publicado no Jornal Vale do Iguaçu, Candói, 08/02/11.
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