SER SITUAÇÃO, ADVERSÁRIO OU OPOSIÇÃO

Há um equívoco muito grande, digo, um mal entendido,' neste quadro que podemos chamar de "situação-adversário-oposição". Pois se observarmos bem, andamos, andamos... e não saimos do próprio lugar! É assim, digamos que tu sejas da situação de algum governo ou administração. Acontece, em determinada situação, em que tu és tratado como tal, como amigo zeloso, como companheiro, como correligionário. Mas a bem da verdade, tu és apenas usado para atenderes os interesses nem sempre tão públicos, como deveriam ser os projetos, os planos, os objetivos de quem serve ao Povo através do governo. Tu serves para que o político a quem defendes apenas alcance os propósitos maiores... Porque que quem serve por meio dos serviços públicos deveria presar por defender os interesses coletivos, ao invés de particulares ou apenas os interesses de uma parte do Povo. E se tu te entendes como situação (nem sempre), tu te colocas como adversário de quem seria opositor político.

E se tu entendes os demais como adversários ou oposição a quem tu apóias ou serves, muitas vezes até ocupando cargos ou prestando determinados serviços, consequentemente tu encaras estes adversários como oponentes ou até inimigos pessoais, o que não teria que ser obrigatoriamente. E se tu encaras assim os demais, que não compartilham de tua situação, de tua visão, de tua postura política, por vezes tu acabas por retalhar, menospresar, perseguir ou tratar os adversários com má fé e como inimigos... E mais uma vez quem ganha com isto não és tu! Pois quem se "beneficia" ou leva vantagem, de forma astuta, é o governo... Enquanto tu te desgastas, te incomodas, prejudicas tua saúde... e tua vida, o dito a quem defendes está cada vez mais cômodo, mais gordo, pois não precisa nem se defender, enquanto os "fiéis escudeiros" (ou os babacas) o defendem e até brigam por ele.

Dividir o Povo para dominar - "divid et imperat!"¹ - foi uma estratégia dos imperadores romanos quando queriam dominar determinado povo e transformá-lo em seus súditos e sua colônia. Eles faziam com que aquele povo brigasse entre si. E quando estava dividido, brigando, se matando, chegavam com seus exércitos  e dominavam tudo e todos. Depois eles cobravam pesados impostos e tributos do Povo colonizado e levavam grande parte de sua produção para a capital (Roma).
Assim, cá entre nós, em proporções diferentes e menores, pode se dar práticas políticas semelhantes. Precisamos ser mansos e prudentes! Não sermos massa de manobra, pelegos, capachos... de ninguém! Enquanto nós nos estranhamos, brigamos, nos arrebentamos... alguém está se locupletando, somando benefícios para si mesmo, enriquecendo... E depois ficamos com cara de babacas, apenas chupando no dedo!
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¹ Foi o mesmo princípio defendido por Maquiavel: “dividir para conquistar”, e que foi primeiramente citado pelo General Sun Tzu, em A Arte da Guerra, alguns séculos antes de Cristo.