sábado, 10 de abril de 2010

EDUCADORES E POLITIZAÇÃO

Quando observamos a vida de um/a educador/a, enquanto cidadãos ativos (pois participamos de uma determinada sociedade, dentro de certa cultura, agimos em um contexto político específico, a partir de uma realidade econômica, com os cuidados ambientais que o meio demanda), avaliamos a sua "politização", ou em termos mais simples (antes que digam que estou falando grego!) a sua formação política. E temos a felicidade de encontrar professores ou educadores que exercem a sua cidadania de forma ativa, de forma a mais plena possível! Pois muitos/as estão condenados, por algum fator limitante, a apenas "darem aulas" e cuidarem de seu espaço familiar, não lhes sendo possível vivenciarem a totalidade do que acontece na comunidade e no mundo. 
Mas a avaliação pior que fazemos é daqueles professores ou educadores que em termos políticos (estou falando em ciência política, nem entrei na questão partidária, eleitoral, administrativa, mas vou fazê-lo!) não conseguem diferenciar o dia da noite ou, por outro lado, são tão empregnados da Lei de Gerson, que não lhes sobra outra alternativa, a não ser atenderem a exigências estranhas à cidadania, aos interesses de terceiros (nem sempre muito transparentes aos cidadãos, ao Povo!), aos seus próprios interesses ou, o que é terrível, agem por medo, por covardia, por pressão vinda de cima - não do céu, com certeza!.
E estes professores (estes sim "professores", porque apenas professam uma fé cega em alguém, a um movimento político ou a uma 'má fé') e quando a serviço do poder constituído, daqueles que são empregados do Povo, utilizam seus cargos para serem apenas o braço de quem realmente manda e que, às vezes, manda com braço ditatorial, centralizador, com discurso demagógico/mentiroso, e tais professores ao professarem 'tal fé' acabam por menospresar seus companheiros de classe, de profissão, massacram-nos, esquecem que o poder, os cargos políticos, os mandatos passam rápido, em no máximo quatro anos! 
Cabe lembrar aqui o que falou o escritor português: “Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pela mesma razão” (Eça de Queiróz). Pela mesma razão! E finlamente vale citar o poema de Beltold BrechtO Analfabeto político, porque quem não é politizado, o é! 

"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais". Isto foi Brecht quem falou!
E completamos ainda citando o filósofo alemão Friedrich Nietzsche: "Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos".

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