terça-feira, 8 de setembro de 2009

"Carta aos Senhores Vereadores" de Candói

Mariclaudia Aparecida de Abreu¹
Decidi escrever porque a oportunidade que os senhores estão tendo para fazer a diferença política é enorme. Então tomei a liberdade de apresentar-lhes algumas reflexões.

O povo depende de vossas atuações, por isso não sejam figurantes no cenário político, sejam atores protagonistas de mudança. Pensem e procurem respostas coerentes sobre qual é a função do vereador, mas principalmente reflitam que ‘quem faz somente o necessário não será lembrado e muito menos reconhecido’.
O político não tem a missão de se promover, mas de promover o cidadão, a cidadania, a cidade da qual ele faz parte, e isto o promoverá. Não o que faz para si mesmo, mas o que faz tendo como objetivo um bem maior (o bem comum). E tal bem não pode ser mesquinho.
Afinal gostaria de dizer: Chega de mesquinharia! O povo não precisa disso! Pois temos consciência e teremos cada vez mais de que a nossa vontade é soberana, como um dia afirmou Rousseau e agora tomamos como nossa a sua crença. E, em especial, temos a certeza de que num mundo capitalista quem paga o salário é o patrão. Quem paga os vossos salários, e, diga-se de passagem, com muita generosidade é o povo. E paga tal salário para que lutem por seus (nossos) interesses. Um patrão não seria tolo se pagasse os melhores salários para os piores funcionários? O povo espera um retorno equivalente ao que paga.
Não façam assistencialismo barato, mas projetos que alcancem a coletividade. Não lutem por particulares, lutem por idéias, por causas, por coisas grandiosas, que dignifiquem o ser humano e sua existência. Aristóteles afirmava que a única maneira de um homem se imortalizar era realizando grandes feitos e a esfera que poderia lhe possibilitar tal coisa era a política. Pensem nisso. Os senhores estão aí e cabe somente aos senhores escolherem o caminho.
Pode-se comprar um voto, mas jamais se compra a admiração e o reconhecimento. Isso são fruto de um caminho construído com muito esforço e competência.
Gostaria ainda de afirmar que do pouco que sei, a única coisa na qual acredito é no caráter, independe de partidos políticos, dos laços de sangue, do grau de instrução. Uma pessoa com um bom caráter não se dobra, não se vende, não traí seus ideais. E isso não se apreende ou faz, vive-se assim. As atitudes de um homem revelam aquilo que ele é.
Acredito que o meio político é sórdido, cheio de artimanhas e de seduções, mas a honra do homem deve valer mais que poucos tostões.
Espero que a minha carta não ofenda alguns dos senhores, mas me sinto no direito e no dever de dizer o que penso e ainda mais de defender o povo do qual também sou parte. Pois pagando impostos contribuíram para eu tivesse um grau de instrução que me permite fazer uma leitura e analise da realidade social e política da atualidade.
O que desejo é que o Candói cresça e prospere em fartura e virtudes. E cabe aos senhores trabalharem pela mudança neste contexto político tão desacreditado. Assim como eu outras pessoas contam e precisam de um trabalho bem feito da parte do Legislativo.
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1. Graduada em Filosofia; Graduanda em Pedagogia,
cursando o 4° ano na UNICENTRO/Guarapuava.

Um comentário:

Sergio Bucco disse...

Mariclaudia! Obrigado, companheira, por conceder esta carta para que pubicássemos neste blog. Muito bons os princípios nela colocados... Muito lucida e pertinente a quem ocupa um cargom público dentro da Democracia! Parabéns! Abjçs!!!