sábado, 30 de abril de 2011

AS POLÍTICAS PÚBLICAS, O DESCRÉDITO DO PODER PÚBLICO E AS DEMANDAS AMBIENTAIS


Ensaio

          As políticas públicas visam dar respostas às necessidades do povo com os recursos (dinheiro) que pertence ao próprio povo. Porém o povo, a coletividade, a sociedade que deveria ser a beneficiária destas políticas não acredita no que se fala, no que se propaga, no que se alardeia, no marketing que vem de determinados políticos, quem sabe dos políticos de modo geral. É a coisa do tipo "gato escaldado tem medo de água fria". Esta posição do povo acontece porque historicamente os políticos apresentaram um projeto e fizeram outro, muitas vezes não foram transparentes na realização das obras públicas, superfaturaram o valor das obras, não prestaram contas de forma legal ao povo que é soberano, fizeram as obras ou serviços no papel, nas placas, na propaganda, mas na realidade fizeram de conta, ou mal feito ou fizeram de mentira. Logo, sobrou ao povo o descrédito e a desconfiança quando o setor público anuncia obras, serviços ou pede apoio popular para a implantação e/ou implementação de determinadas políticas públicas. Resumindo, o povo não confia nos políticos e nos seus projetos porque teve motivos de sobra para isto.
         Em Candói, neste momento histórico em que estamos vivendo, depois de muitos anos de desencontros entre o que o poder público municipal propõe ou impõe, e o que a sociedade entende, pensa, tem consciência (ou não) sobre a questão do LIXO (diga-se resíduos sólidos), há um processo de discussão à semelhança de audiências públicas em que diferentes setores da sociedade (secretarias municipais, as escolas, os construtores, as cooperativas, os agentes de desenvolvimento ambiental - os "garis" ou "catadores" -, os comerciantes, os donos de oficinas, as associações comunitárias, as igrejas, dentre outros) estão sendo convidados a participarem de reuniões em que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente está trazendo uma proposta de trabalho de conscientização e de ação para a questão do LIXO ou dos resíduos sólidos. Segundo nos informou o Biólogo da Prefeitura, Marco Antonio Silva, (lotado na Secretaria Municipal do Meio Ambiente), as escolas estão sendo convidadas a participarem de um concurso referente ao processo desencadeado na questão dos resíduos sólidos. Serão duas atividades diferenciadas envolvendo separadamente as escolas municipais e as estaduais.


          E neste assunto que interessa a todos nós, seres humanos, produtores ou disseminadores de resíduos sólidos, mesmo que tenhamos que torcer o nariz ou que nos cause ojeriza quando se fala o nome de determinados políticos ou quando são lembradas determinadas propostas políticas de soluções de problemas, mesmo que nos recordem mal fadados programas públicos de gerenciamento dos resíduos sólidos, temos que nos unir e fazer a nossa parte. Aliás, devemos dar uma oportunidade para que os problemas sejam solucionados, até porque na questão do LIXO cada um de nós é responsável legal pelo que produzimos ou geramos. E além de darmos uma chance ao poder público para cumprir com suas obrigações com a comunidade, devemos estar organizados para acompanhar a sua execução, para sugerirmos, cobrarmos e fazermos as críticas que forem necessárias. Entretanto, o que não pode acontecer é ficarmos apenas montados na crítica e deixarmos o Meio Ambiente, a Natureza, o Planeta todo emporcalhado, sujo, poluído, contaminado, insustentável ou sem sustentabilidade para  as futuras gerações, para nossos filhos, para nossos netos... Afinal, que Candói, que Planeta Terra queremos deixar para a posteridade? Independente dos políticos que hoje estejam no poder, todos nós temos uma grande parcela de responsabilidade no tocante ao LIXO e à Saúde do Meio Ambiente e da População!  Há um ditado africano que afirma: A Terra não nos foi dada de presente pelos nossos antepassados. Ela nos foi emprestada pelos nossos filhos.”  

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A FAMÍLIA E A ESCOLA


Fonte AQUI

       Eu poderia começar este artigo falando da Família e a Educação. Mas apontei aquela que é a "base da sociedade" e um dos aspectos da Educação que é a Escola. Pois bem, a Família está em dificuldades de toda a ordem. E estas refletem-se no ajuntamento de crianças e adolescentes chamada de Escola. As crianças chegam para a Escola como a um ponto de encontro, de recreação, como lugar de estravazarem suas mágoas, seus dissabores, seus descontentamentos, suas mazelas, suas carências afetivas, materiais, como se a Escola fosse um lugar para reproduzir a violência de que são vítimas ou com a qual convivem no seu cotidiano. Violência, que nos casos mais patológicos, mais intrigantes, mais palpáveis, é constituída pela da fome, pela moradia precária, pela falta de vestuário, pela falta de Trabalho e Renda, de emprego, falta de terra, de autonomia, falta de bases de apoio familiar (ainda que a família tenha outros desenhos como avós, tios/as, novos arranjos, novos casamentos, etc.). 
          E poderíamos acrescentar aqueles e aquelas que apenas sabem  gerar filhos/as, parí-los e jogá-los no mundo, tipo "filhos e filhas de perdiz". Não acompanham o crescimento da nova geração, não ensinam nada da educação familiar, não conseguem negociar nem impôr limites aos seus rebentos. E depois empurram as crianças para que a escola dê conta de sua incompetência e de sua falta de capacidade de educá-los dentro das mais elementares normas de convivência humana. Falta a mães e pais um aparelho chamado 'desconfiômetro' e e um remédio conhecido como  'semancol'!  
           No tempo em que estamos vivendo ainda têm os pais e mães que trabalham o dia todo fora de seus lares e seus filhos ficam abandonados à própria sorte, quando muito sob cuidados de pessoas nem sempre idôneas para acompanhar as crianças em suas diferentes necessidades de apoio emocional, psicológico, material, físico e espiritual.
        
            Esta é a realidade com a qual trabalhamos diariamente na Escola. É um contexto que exige de você, na condição de educador, uma ginástica quase impossível. Há um desgaste enorme. Há um grau de estresse muito elevado. E por mais que a Escola esteja aparelhada com profissionais que vão desde a estrutura de serviços básicos (como limpeza, alimentação, administrativo), Educadores (professores, pedagogas/os, diretoras/es, equipe de apoio), não consegue dar conta de tantas demandas por "apagar incêndios" nas turmas, chamando e tratando dos casos específicos, individualizados ou coletivos.
            Este quadro aqui apenas rascunhado representa um enorme prejuízo ao processo de Ensino-Estudo-Aprendizagem. E se a sociedade está constituída contraditóriamente por pessoas pertencentes a classes sociais tão antagônicas, como realmente é, a Escola contribui com esta situação e ainda nivela por baixo a Educação. Aqueles educandos oriúndos de famílias com um mínimo de estrutura afetiva, psicológica, material, ética, cujas mães, pais ou responsáveis acompanham e se preocupam com a vida de seus filhos e suas filhas, que lhes oferecem as bases para sonhos e/ou ambições, estes conseguem avançar nos estudos, no desenvolvimento do conhecimento e conseguem ocupar alguns lugares no Mundo do Trabalho ou no "mercado de Trabalho". Mas há famílias que não se sentem com força, com vontade ou com disposição de tempo para virem à Escola, para se preocuparem com o desenvolvimento de seus filhos e filhas, ou para acompanhar-lhes no simples ato de estudar e fazer as atividades escolares em suas casas. Entretanto, em absoluto, não estamos afirmando que a Escola é apenas este quadro aqui retratado... Ela é muito rica de experiências, de possibilidades, de potencialidades e de realização, até que alguns governantes, devidamente pagos por nós Povo e iluminados, não consigam baratear e acabar com o real sentido do Ensino-Estudo-Aprendizagem!
            Por outro lado têm mães, pais e responsáveis, que independentemente de sua condição social, de sua formação, de morar na cidade ou no campo, sempre procuram a Escola para saber de seus filhos e filhas, para orientarem a Escola a respeito das dificuldades de suas crianças e adolescentes, ou que prontamente chegam até a Escola logo que sejam chamados e/ou convocados para ajuderem nas questões pertinentes aos mancebos e raparigas. Nem tudo está perdido. Mas às vezes parece que estamos em uma luta inglória. Mesmo assim não perdemos o ânimo, a energia, a disposição de perseguir o desenvolvimento científico, intelectual, psíquico da petizada, de orientar-lhes nas questões em que há demanda, de distribuir a atenção necessária a cada um e cada uma, de ouvir-lhes em suas dificuldades, de distribuir o afeto e o carinho possíveis em cada caso. 
          Quando iniciamos as novas turmas ao início de cada ano letivo, com as turmas do 6º ano (antes 5ª série do EF), recebemos uns e outros totalmente desajustados, sem noção de limites, sem o entendimento de que para viver em sociedade precisamos obedecer normas de convivência, que se faz necessário conhecermos os nossos direitos e os nossos deveres. Trabalhamos com turmas  em que ao mesmo tempo que temos uma preocupação com a formação científica, com o desenvolvimento do conhecimento, com a sua formação de modo geral, de forma integrada com as demais áreas do conhecimento, também dispensamos o cuidado, a preocupação com cada um/a deles/as, o afeto ao nível do possível, sem pretendermos substituir o papel de seus pares imediatos (pais, mães, responsáveis, em fim, as famílias). 
          Aqui porém vem a tona um outro ingrediente na relação educandos X educadores. Quando você procura desenvolver o processo do conhecimento de forma agradável, sincera, divertida (mas sem barateamento da Educação), alguns "alunos" acabam confundindo as coisas e temos que apelar para a equipe de pedagogas, direção e procedimentos afins. É nestes casos procuramos fazê-los entender que temos uma verdadeira preocupação com sua formação e desenvolvimento científico. Que para nós não existe "tanto fez como tanto faz", não nos baseamos no "faz de conta". Lutamos para que todos/as cresçam, mas se alguns não conseguem se integrar, os "remédios" adequados temos que ministrar para não pôr toda a turma a perder! E quando chegamos ao limite do insustentável nos obrigamos a "rodamos a baiana".

domingo, 24 de abril de 2011

'DEUS É TERNURA...'

    "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."
ErnestoChe Guevara      

Sonhei que "Deus é ternura e tudo fez com ternura". E por conta disso o ser humano deveria ser ternura, agir com ternura, viver com ternura. O sonho impressionou-me e como não é tão comum se tratar da "ternura", fui pesquisar o seu significado mais profundo.
          O dicionário diz: "Qualidade do que é terno; meiguice: ternura maternal. E apresenta os sinônimos: "afeto · amizade · amor · apego · benevolência · comiseração · compaixão · dó · enternecimento · fraternidade · maviosidade · meiguice · miseração · piedade · simpatia".
          Descobri um poemeto de Charles Chaplin:
          "Pensamos demasiadamente
          Sentimos muito pouco
          Necessitamos mais de humildade
          Que de máquinas.
          Mais de bondade e ternura
          Que de inteligência.
          Sem isso,
          A vida se tornará violenta e
          Tudo se perderá". 
          Talvez a música de Roberto e Erasmo Carlos não chegue definir "ternura", mas ilustra bem algum aspecto de sua prática:
          
         Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens? Guimarães Rosa
         "Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo

         Quero apenas contar-te a minha ternura
         Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
         Eu te pudesse repor
         - Eu soubesse repor _
         No coração despedaçado
       As mais puras alegrias de tua infância!" Manuel Bandeira
       “Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser.” Jean Piaget
         "O povo deve ser educado com o mesmo cuidado e ternura com que um jardineiro cultiva uma árvore frutífera de estimação." Joseph Stalin
         "Me apaixonei por um olhar. . .
         Por um gesto de ternura

         Mesmo sem palavra
         Alguma pra falar
         Meu amor,
         a vida passa num instante
      E um instante é muito pouco pra sonhar..." Oswaldo Montenegro
         “Todo o bem que eu puder fazer, toda a ternura que eu puder demonstrar a qualquer ser humano, que eu os faça agora, que não os adie ou esqueça, pois não passarei duas vezes pelo mesmo caminho.” James Greene
        “Você não é linda. Linda é sua mãe, que gerou a ternura. Você é maravilhosa, ultrapassa a estética, sua alma transparece.Sergio Fajardo
       “Com sua ternura você entrou em meu mundo,

        Com teu sorriso eu consigo sorrir até nas situações mais difíceis,
        Com seus olhos eu consigo ver o verdadeiro amor que Deus me deu,
        E só o teu abraço que me transporta para um outro mundo que só existe eu e você!” Guilherme Sarate
          De tudo o que escrevi aqui talvez tenha dito muito pouco, mas senti desejo de fazê-lo e postei minhas observações e ilustrações pertinentes ao tema. Para mim, para minha vida, para minha ação faz sentido.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

CÓDIGO FLORESTAL EM PERIGO


          Pensemos bem, se fossem os "sem terra", os camponeses, os pequenos agricultores... que estivessem reclamando dos prejuízos causados pelo nosso Código Florestal Brasileiro (CFB), então deveríamos dar ouvidos, prestar toda a atenção possível, tomar as providências necessárias e até pressionar os nossos deputados e senadores para minimizar (reformar) o atual CFB. Mas não são estes que reclamam dos limites ambientais impostos pelo CFB. E quando algumas partes destes segmentos populares o fazem é porque foram manipulados pela minoria latifundiária (grandes proprietários de terra) que têm uma sede insaciável de produzir mais e mais a todo e qualquer custo (conforme reiteradas vezes temos aqui afirmado)! 
          Quem mais precisa da terra para viver, se organizar, plantar, colher, criar, se alimentar, se desenvolver de forma sustentável não está reclamando ou fazendo lobbies no congresso e na mídia pelo fim do atual CFB. O Brasil não precisa mais de soja, de bois, de pinus, eucaliptus... para se desenvolver. Até porque estes produtos  não são os alimentos tão propagados pelo agronegócio como desculpa para destruir o Código Florestal Brasileiro. De modo que poderíamos contrapôr-nos à pecha de atraso do Brasil por conta da Lei Ambiental, para quem quer a todo custo proteger o restinho que está sobrando da ex-Natureza e/ou ex-riqueza ambiental brasileira.


"Coquiadas do Final de Semana..."

Por Anderson Gibathe - Blog Paraná do Sul
"*FORA DA REDE - O site que trazia informações sobre advertências aos produtos transgênicos, como informações aos consumidores e resultados de pesquisas, está fora do ar desde janeiro, quando mudou o governador do Estado do Paraná. Por que tirar o direito de informação de nossos consumidores?
O endereço do site era www.transgenicos.pr.gov.br
De que lado o governo está?

*EUREKA FORA DO AR - O único programa Pré Vestibular da Televisão aberta brasileira, transmitido pela Tv Paraná Educativa, emissora estatal do Governo do Paraná foi retirado do ar no mês de fevereiro. O programa possuía espectadores de vários estados e era um meio de inclusão social no acesso ao conhecimento.
Por que retirar do ar um programa de tão grande importância?

*E A CPI DO MST? - Quando lançaram a dita CPI do MST para investigar os repasses do Governo Federal às cooperativas da reforma agrária a mídia fez um bafafá total. Não se sabe mais a que pé está a dita CPI. Ouvi falar que não provaram nada. Se for este mesmo o resultado quero ver se a mídia vai divulgar...

*PROMOÇÃO - Tem prefeito no Paraná usando o mesmo slogan da campanha eleitoral no marketing da administração atual "pública". Ganha um pedaço de charque quem adivinhar."

domingo, 17 de abril de 2011

TEMPO PARA TUDO


"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim".
(Eclesiastes 3.1-9 e 11)

sábado, 9 de abril de 2011

AJUDANDO DIVULGAR O BLOG "HISTÓRIA DE ALICE"

Franco, Inês, eu e Alice equipada.
          Um casal em carne, osso (mas não qualquer osso!) e espírito, cheio de sonhos, ousadia e projetos, dentro de Alice, uma kombi, ou melhor, uma motorhome, personalizada, uma micro "eco", onde tem de tudo um pouco para estar em movimento entre os movimentos da História. Será "Alice no país das maravilhas"? Pode ser também... É o espaço onde hoje acontece grande parte do Trabalho de Inês Calixto e Franco Hoff. Entre AQUI, leia, apoie. Agora eles acabaram de passar por Pinhão, Guarapuava, Pitanga, Turvo (Faxinal Saudade de Santa Anita) onde nos encontramos e nos damos a conhecer. Uma maravilhosa experiência de pesquisa, que com certeza exige muita coragem e persistência.


Ai está Alice


segunda-feira, 4 de abril de 2011

AS CONTRADIÇÕE DE CAMPANHAS AMBIENTAIS

           Dir-me-ão... Bem, talvez digam que meu português está fora de moda! Quiçá alguém que não me conhece dirá que de nada adianta "Blá! Blá! Blá!...", se não fizermos algo concreto. Pois bem, antes que chegue aquele tempo que para muitos é apenas mais uma oportunidade de descarrego de consciência, a Semana do Meio Ambiente, gostaria de chamar a atenção da blogosfera e leitoras/es para o rol de besteirol que se faz crer através de ricas campanhas em favor do Meio Ambiente.
           Pois bem, uma delas é aquela que incita a população a "fazer xixi durante o banho". Outro dia no colégio, no qual trabalho, vi mais do que um cartaz com esta campanha: "FAÇA XIXI DURANTE O BANHO E SALVE O PLANETA!" Não julgo os estudantes que em sua "santa inocência" entraram em tal campanha. Coloquei-me a conjecturar sobre o alcance real de tal movimento... Não pude dar muito crédito! Pois pensei com meus botões: 'Fazer isto e continuar gastando água para defecar... e simplesmente puxar a descarga não deve ser uma ação de abrangência de grande alcance a ponto de salvar o Planeta'!
           Então mais uma vez atinei para outras contradições que, sistematicamente, passam despercebidas pelo ser humano comum, inconsciente e alienado. Por exemplo, desde o ano de 2010 o Brasil está no topo das estatísticas como o maior consumidor de venenos utilizados na Agricultura, os conhecidos como agrotóxicos, produtos químicos para a Agricultura, que as empresas tentam impingir o nome de "insumos" ou "defensivos agrícolas". Vamos nos respeitar! Estes venenos "defendem" o quê?
            É sabido, ainda que seja muitíssimo pouco divulgado, que muitos destes venenos são de uso proibidos ou estão com os dias contados aqui nestas "terras tupiniquins". Mesmo que lá fora, nos ditos "países desenvolvidos" já tenham sido proibidos há muitas décadas, mas aqui não, pois a força do capital dita as regras e fala mais alto do que a Vida, a Ética, o Cuidado pelo Meio Ambiente e por tudo o que faz parte dele. Está comprovado, de forma empírica e cientificamente, que estes venenos estão contaminando o Ar, a Água, o Solo, os Alimentos, as diversas formas de Vida, incluindo nós os Seres Humanos. Aliás, nós os humanos somos reconhecidos como os mais inteligentes seres da face terrena, no entanto com toda esta suposta capacidade de compreensão, de criação, de desenvolvimento, de inventos tecnológicos, estamos depredando, esgotando, destruindo, contaminando, desenvolvendo doenças, muitas incuráveis, e espalhando a morte sobre nosso Planeta terra!
          Hoje nem vou discorrer de outras práticas e tecnologias, como o uso de maquinários pesados, da monocultura extensiva (ao invés dos policultivos para atender às necessidades locais), do desmatamento para ampliar as fronteiras do agronegócio e das commodities para a exportação, do latifúndio que cresce (em prejuízo de milhões de seres humanos que esvaziam o campo e vão para as cidades em condições degradantes), das fábricas, dos lixos que elas produzem e de seus dejetos que contaminam tudo e todos, do consumismo estimulado e da consequente produção de lixo sem fim, do esgoto doméstico, dentre outros desafios que nos são impostos como um tsunami altamente destrutivo!
          Com licença! Vamos pensar antes de entrar em campanhas que apenas desviam nossa atenção dos problemas ou das soluções que, talvez, ainda teremos que planejar ou desenvolver, para realmente salvar a Vida e Gaia - o Planeta azul - nossa Casa Maior ou nossa Mãe Terra! Já muito se disse que o problema maior está na ganância deste ser chamado inteligente e em seu modelo de desenvolvimento.